quarta-feira, 24 de setembro de 2008

ATIVIDADE PROPOSTA PARA DISCUSSÃO EM SALA , PRODUÇÃO ESCRITA INDIVIDUAL E POSTAGEM NO BLOG (24/09 A 29/09)


1- Leitura , Comentário no Blog e produção individual de resumo do Texto:
“ Os Paradigmas do conhecimento, da Ciência e do Saber e a Educação para a Complexidade: Um Debate Contemporâneo – Zita Ana Lago Rodrigues)
Em sala de aula, cada discente deve fazer um breve comentário sobre o tópico que será sorteado.

2- Após assitir ao filme: O Amor é Contagioso:
* Selecione um cena do filme para ser apresentada na sala relacionando-a com a nossa discussão inicial sobre currículo;
* Poste no Blog seus comentários sobre o filme e apresente-os em sala de aula (dia 01/10) levando em consideração o seguinte roteiro:

—Como você caracteriza o modelo de currículo apresentado pelo filme para o curso de Medicina?

—A prática de currículo apontada no filme estaria referenciada em qual concepção de currículo?

—Destaque situações entre as práticas curriculares que são apontadas no filme e a que você vivencia na sua prática pedagógica ou vivenciou na sua escolaridade.

—Estabeleça comparações entre as práticas curriculares que são apontadas no filme e a que você vivencia na sua prática ou vivenciou na sua escolaridade.

16 comentários:

Unknown disse...

pró Rita.. Infelizmente nao poderei comparecer na aula de hj a noite. Depois converso melhor com a senhora!
Beiju

Anônimo disse...

?

Ana Rita disse...

Que filme fabuloso, realmente contagia. Leva-nos a uma reflexaõ, onde passamos a olhar a sociedade como um todo e a educação de forma mais aprofundada.

Anônimo disse...

Sobre o texto Os paradigmas do conhecimento, da ciência e do saber e a educação para a complexidade.
O texto nos convida a refletir sobre o paradigma científico-racionalista que influenciou e continua a influenciar na maneira de viver e entender o mundo moderno.Esse paradigma por sua pretensão de ser auto-suficiente, esta em crise. Estamos num período de transição de paradigma, momento de incertezas. Esse momento é crucial para o advento do novo paradigma totalmente diferente do dominante, esse busca estudar o planeta na sua complexidade, estuda os fenômenos a partir das relações e interações entre os seres, valoriza o senso comum. Busca uma ciência que esteja a serviço da vida, e compreende ciência muito mais que a observação dos métodos para as ciências naturais. A escola nesse novo paradigma é lugar de troca de conhecimentos, e discussão e reflexão dos conhecimentos preexistentes.
porElton Quinto

Anônimo disse...

por: Elton Quinto Sobre o filme o amor é contagioso.
o filme mostra a realidade de uma escola de medicina nos moldes do paradigma cientificista e a saga de um aluno que não se conforma em ter que repetir os procedimentos que lhe são passados sem ao menos ter a chance de busca alternativas mais viáveis.
Nas nossas escolas com algumas mudanças ao longo do tempo, mas em suma continuam a nos ensinar por memorização e repetição. ainda temos muito o quê avançar, a inquietude e a insatisfação devem servir de combustível para a mudança!!!

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Chelli disse...

O Amor é Contagioso
Antes de falar de currículo irei comentar algo que me chamou atenção no começo filme que foi uma conversa de Patch com seu amigo. Nesta conversa o amigo diz que quando somos pequenos a gente é aberto e espontâneo, somos livres em nossas escolhas, mas com o passar do tempo nos amoldamos, sendo condicionados pelo treinamento. Creio que é exatamente assim que o modelo de currículo apresentado no filme se enquadra, condicionado e amoldado conforme as normas do reitor. Patch rompe com esse modelo tradicional de currículo fragmentado, onde os alunos só podem ter contato com os pacientes no terceiro ano do curso.É claro o modelo de currículo cartesiano-newtoniano, fortalecido por um paradigma positivista do século XIX .
É explicito no filme a forma arrogante e prepotente que o reitor apresenta o currículo da faculdade. Ele nos mostra o currículo como se fosse uma “receita” que deu certo e que não é necessário mudar. E assim acontece nas escolas do nosso país temos uma receita de currículo que tem se perpetuado ao longo dos anos. Somos obrigados a cumprir disciplinas que deveriam ser integradas uma com as outras, já que tratam das mesmas coisas como: Citologia separa de histologia e anatomia separada de fisiologia. Nos como alunos muitas vezes não conseguimos fazer esta ponte entre essas disciplinas e assim os assuntos vão se compartimentalizando ao longo do ano. Idéias que revolucionam essa concepção são totalmente descartadas, pois o detentor do conhecimento é o professor e o aluno é impedido de construir suas próprias concepções e conhecimentos.

Chelli disse...

No decorrer da minha vida escolar sempre encontrei um modelo de currículo a ser seguido. Nunca se propôs um currículo escolar que atenda a necessidade de todos, onde alunos, professores e coordenadores pudessem discutir suas práticas e implicações e dessa forma chegarem a um consenso onde todos ficassem satisfeitos. As nossas escolas estão cheias de filosofias ultrapassadas e falidas, mas não muda, pois, “o novo” é complicado, é difícil quebrar regras e protocolos.

Chelli disse...

A aula de ontem foi muito proveitosa. O texto de Ana Zita é muito bom e nos faz refletir sobre as práticas curriculares. Mas o que me deixa triste é que ao longo desses anos a educação avançou muito pouco em relação a Educação para mudança de paradigmas. Os nossos professores e alunos ainda tem um pensamento muito mecanicista. Espero que nós que estamos tendo a oportunidade de uma formação diferente possa fazer a diferença, mas para isso teremos que enfrentar críticas, rejeições e desconfianças por parte da escola, colegas de profissão e até mesmo dos alunos. O mais importante disso tudo é se no meio do caos, nós conseguirmos fazer toda diferença.

Anônimo disse...

RESUMO DO TEXTO: OS PARADIGMAS DO CONHECIMENTO, DA CIÊNCIA E DO SABER E A EDUCAÇÃO PARA A COMPLEXIDADE: UM DEBATE COMTEMPORÂNEO.

O texto trata dos paradigmas do conhecimento científico, da produção científica, os seus resultados, suas aplicabilidades e finalidades. Ressaltando o bem que produção do conhecimento científico trouxe para a humanidade, ao mesmo tempo em que faz uma reflexão sobre como e com que finalidade ela é usada. O homem busca explicações por meio de observações com a natureza e com o meio social, isso leva a um acumulo de experiências. São essas experiências e conhecimentos que vão ditar a forma de vida de determinada sociedade, seu comportamento e sua cultura. E como essa cultura será transmitida para seus descendentes.
A ciência no século XVI era vista como detentora de um conhecimento científico dominante, inserida no paradigma científico-racionalista com um pensamento linear, ordenado, sendo a ciência vista como verdade absoluta e incontestável. O conhecimento científico com suas metodologias e regras excluem o senso comum, pois o mesmo não segue a uma regra metodológica, logo, fazer ciência era algo restrito à comunidade acadêmica, que não aceitava qualquer interferência da sociedade.
O paradigma cartesiano levou a um conhecimento fragmentado, com currículos, prontos e tendo as ciências naturais como verdades absolutas, com isso, a teoria e a prática eram exercidas separadamente, estudavam-se as partes e não o todo. Esse currículo e formal e o aluno e visto como um mero receptor de informações, onde o mesmo e treinado para repetir aquilo que lhe foi transmitido.
A industrialização da ciência e do conhecimento levou à crise do paradigma científico dominante, que trouxe consigo um novo paradigma emergente. Este paradigma é caracterizado pela busca, duvidas e tenta superar o paradigma científico, almejando um equilíbrio, fazendo uma leitura global da realidade, deixando para trás a fragmentação do conteúdo, inserindo novos saberes interdisciplinar. Com isso a ciência que antes era tida como neutra, não é mais, pois o homem quando elabora, analisa e reelabora acaba intervindo e influenciando a realidade, sendo que os valores, as subjetividades podem interferir no trabalho científico.
Com novo paradigma faz-se necessário a desordem e a incerteza, surgindo um novo modo de ler a realidade, novos conceitos gerados pela própria ciência. Com a transição parigmática o conhecimento científico, deixa de ser o único modo de ver os fenômenos do mundo e o senso comum surge como um conhecimento que resolve problemas práticos.
O sistema de ensino nesse contexto visa formar cidadãos críticos, com habilidades e um conhecimento científico prático, sendo sua aplicabilidade direcionada a inter-relação do aluno e a sociedade, com a problematização dos conteúdos e uma relação democrática. Deste modo, as teorias deixam de ser verdades fechadas, mas aspectos abertos permitindo articular o conhecimento.
.Ainda vivemos num período de transição, mas as mudanças estão ocorrendo de maneira gradativa, muitos conceitos científicos estão se modificando e a sociedade estar se enquadrando a essas mudanças.

Ana Rita

Anônimo disse...

Síntese Filme: O amor é contagioso

Em 1969, após tentar o suicídio, Hunter Adams (Robin Williams), voluntariamente se interna em um sanatório, durante o seu tratamento ele percebe que pode ajudar as pessoas. Percebendo que o médico-psiquiátrico não olhava para ele durante a consulta, inclusive de propósito ele diz coisas sem lógica, provando que o clinico não estava interessado no que ele dizia, colocando deste modo que a doença é mais importante que o paciente. Não havendo nenhum contato afetivo, nem uma troca de experiência entre médico e paciente.
Adams percebe que ele pode ajudar as pessoas, depois de dois anos, entra para uma tradicional universidade de medicina já com seus 40 anos de idade, passando a ser descriminado pelo Reitor, e por alguns alunos. Adams mostra ser resistente aos métodos tradicionais da faculdade. Para ele a doutrina ortodoxa - onde trata a patologia deve ser superada pela valorização do ser humano como o todo. Evidencia isto quando questiona porque só no terceiro ano poderia ter contato com os pacientes. Assim como no filme presenciamos essas cenas no nosso cotidiano, alguns médicos principalmente do SUS rotulam os pacientes como simples patologia a ser tratada e não como seres que precisam de cuidados, de carinho, de atenção, de um olhar de humanidade.
O curso de medicina em questão apresenta um currículo extremamente formal, fechado em conhecimentos prontos, tidos por verdades absolutas como o são todo conhecimento construído no modelo científico-racionalista. A elaboração e acesso ao conhecimento é privilégio de poucos, as relações humanas, as culturas, o senso comum, as crenças e os sentimentos das pessoas são ignorados na construção e aplicação desses saberes.
Na nossa formação acadêmica também convivemos com essa situação. Estudamos para ser orientadores, mas só temos vivencia do nosso curso no último ano da graduação, como se os alunos, a pratica do dia-a-dia não tivesse nada a nos ensinar. Alem disso levamos um conteúdo definido, pouco importando a aplicabilidade de tais conhecimentos na vivência de cada aluno.
Questionado sobre sua técnica (riso como terapia), Patch mostrou conhecimento científico, sinalizado na sena quando responde ao Reitor - que o riso libera em maior quantidade a “endorfina” na circulação, fazendo desta forma aumentar a circulação e conseguintemente ampliando a imunidade do organismo, fazendo com que os pacientes por algum momento esquecessem-se da dor e da doença. Adams estava disposto a quase tudo para fazer seus pacientes se sentirem melhor, até mesmo colocar sua futura carreira em risco. Pois para ele o amor é o melhor “remédio” ou a melhor terapia. Consegue fazer com seus métodos, fossem praticados/exercitados por outros discípulos de medicina no hospital-escola, mostrando uma visão de ver o paciente como um todo e não fazendo referência pela doença.
Com discurso de cultivar amizade, trata bem o próximo e o respeito á vida, o futuro médico é absorvido de acusações que lhe são atribuídas por não atender os requisitos da escola tradicional. Deixando seu legado, de ser um doutor diferente, que não parece não age e nem pensa como qualquer outro medico tradicional, mas demonstrando que o tratamento clinico, diagnóstico clássico e o comportamento repetitivo, podem ser afável, mais pessoal, tornando-a medicina mais humana.
Acho que esse filme nos leva a uma reflexão; porque não olhamos para o ser humano como um todo, só olhamos como um cliente, um paciente, alguém que precisa ser ensinado, curado e não como um ser emocional que constrói, reconstrói e que precisa de cuidados.
Infelizmente, como evidenciado em outras discussões em sala de aula nossa história escolar esta basicamente definida nessa concepção de currículo, os conhecimentos prontos são ensinados na integra e sem preocupação de aplicabilidade, a bagagem sócio-cultural do aluno é desprezada, e os que não se adequam ao currículo são excluídos.
Hoje existe uma proposta educacional de inclusão, onde os alunos dificilmente ficarão atrasados quanto à série, no entanto o currículo e a proposta metodológica são a mesma, a mudança ao que parece está na forma pela qual o aluno é avaliado (examinado, mensurado), um outro equívoco para continuar a educação de faz de conta, que tira a criatividade e a oportunidade de formar cidadãos plenos e não apenas analfabetos funcionais.


Ana Rita

Chelli disse...

Resumo
TEXTO: Os Paradigmas do Conhecimento, da Ciência e do Saber e a Educação para Complexidade: Um Debate Contemporêneo
Autor: Zita Ana Lago Rodrigues

Não se pode negar que a ciência trouxe grandes avanços a humanidade, mas é necessário se fazer reflexões sobre os modos de proceder daqueles que os produzem e controlam, numa argumentação critica, em parâmetros de avaliação sobre as produções cientificas, sobre os resultados, aplicabilidade e finalidades. Estamos vivendo uma fase de transição onde o conhecimento cientifico vem sendo desmistificado. No século passado tínhamos uma ciência pautada num método cientifico em que os saberes e potencialidades eram apenas para um grupo seleto de cientista.
No atual contexto de transição paradigmática dos saberes, das ciências, do conhecimento e da educação, pode-se considerar que o conhecimento cientifico não seja a única forma válida de conhecer o mundo e seus fenômenos. O senso-comum é importante em nosso cotidiano, o conhecimento filosófico é importante para o progresso do conhecimento, e assim todo conhecimento é válido. Morin (1996), diz que os conhecimentos isolados revela-se insuficientes para abarcar os desafios do conhecimento, faz-se necessário deixar para trás aquela idéia de um universo ordenado, linear, eterno e pré-concebido, dando lugar a um universo que dialogue com a ordem, a desordem e a incerteza.
O paradigma racional-mecanicista é pautado na visão cartesiana, em que o pensamento é linear e ordenado, onde a ciência é vista como verdade absoluta, não podendo ser contestada. É importante salientar que por alguns tempos esse paradigma dominante foi relevante para o desenvolvimento da ciência, mas hoje a ciência vive uma revolução que leva a superação daqueles modelos hegemônicos, dando lugar a uma ciência muito mais flexível que não se sinta separada do senso-comum, da natureza e das pessoas.
A partir de uma realidade, em imprevisível e permanente movimento, revelam-se inoperantes as categorias de sustentação do pensamento moderno, cientificista e dominante, provocando mudanças na estruturação do saber, da ciência e do conhecimento, com repercussões eminentes nos currículos escolares. A fragmentação do objeto de estudo, em que se espera conhecer o todo através das partes é a palavra que define o paradigma racionalista. O currículo é formal, os conhecimentos são prontos e organizados, não dando ao aluno o direito de refletir, criticar e interferir no conhecimento que está sendo exposto. A partir da crise que abarca o cientificismo-racionalista, surge então o paradigma emergente tentando superar a dicotomia do paradigma dominante. Boaventura de S. Santos (1999), afirma que a revolução que ora se atravessa é estruturalmente diferente daquela que ocorreu no século XVI e considerando que o paradigma a emergir dessa revolução não pode ser apenas cientifico, mas o é, acima de tudo, social, ético e cultural. Este paradigma considera as várias vertentes que compõe o ser humano (espiritual, social e cultural) e as demais espécies. Neste sentido a escola deve contribuir na formação de cidadãos críticos e não apenas técnicos. O conhecimento cientifico deixa de ser absoluto e passa a ser questionado, complementado, podendo se inter-relacionar com outros conhecimentos.
Assim a educação para complexidade vem nos mostrar que o ponto de partida para a mudança, é a compreensão das fragmentações e a necessidade de sua superação. Isto exige que se modifique o pensamento e a razão humana, sendo o homem sujeito e objeto de sua própria construção e do mundo que vive. Não se muda o mundo sem antes mudar o pensamento e através dele poder chegar a uma educação que mude seu sistema, métodos e organização, tendo uma educação capaz de intervir na complexidade, de cunho transdiciplinar e aberta, cujo principio básico seja o da incerteza e o da reflexibilidade, com entendimento da diversidade e da realidade envolvida pelas dimensões educativas. Precisamos de “cabeças bem feitas” que tenham uma visão sistêmica e não fragmentada do homem, que não se contenta com objetivos limitados, mas que vê a possibilidade de uma ampliação da consciência e uma profunda compreensão humana

Anderson Lopes disse...

A cultura médica tem promovido um grande engano quando cultua a imagem do profissional que não se comove, sempre frio, sem nunca perder a pose, soberbo, acima dos sentimentos humanos. Esta é uma defesa psicológica grave que desumaniza, substituindo o sentimento e o calor das trocas humanas pelo valor relativo, aqui absolutizado, do conhecimento técnico. Assim, ultimamente fala-se muito da humanização da medicina, entretanto quem precisa re-humanizar-se é o profissional de saúde e isso mediante a aceitação sincera e protegida de suas mazelas e fraquezas. Não é alterando o ambiente com cores e músicas ou treinando a equipe de forma automatizada que a humanização se processará, mas buscando o autoconhecimento, dando oportunidade aos profissionais de lidarem com as suas realidades internas. São dezenas de anos cultivando uma imagem fria de profissional de saúde. Essa construção cultural é bem retratada no filme “Patch Adams: o amor é contagioso”. Este filme, baseado em fatos reais, retrata a formação médica numa perspectiva desumanizante, permeada pelas atitudes contra-hegemônicas do irreverente estudante Patch Adams. Em muitas cenas e diálogos revela-se a necessidade de uma reflexão densa sobre a realidade.
Dentre elas, duas são marcantes: a primeira é quando o reitor Walcott, de forma imponente e autoritária, faz a aula inaugural para os alunos do curso de Medicina da Virginia Medical Universit e fala de um dos preceitos da Medicina:
[...] Implica em um poder extraordinário. O poder de causar dano! Quem lhe dá esse poder? O paciente. Eles o procuram apavorado, lhe dá uma faca e lhe diz: Dr. me corte, porque confia em vocês como uma criança. Confia que não vão causar dano a ele, mas o triste é que os seres humanos não são dignos de confiança. Mentimos, ficamos com medo, nos cansamos, cometemos erros. Nenhum paciente racional confiaria num ser humano. E não o deixaremos, vamos levar a cabo nossa missão rigorosa e inexorável de desumanizar todos vocês e transformá-los em algo melhor. Vamos transformá-los em médicos.
Nesse diálogo se desvela uma das facetas do poder que envolve essa categoria profissional: a máscara que encobre as mazelas e fragilidades do “ser humano” travestido de médico.
Um outro aspecto que aí se levanta é de como as instituições formadoras se imbuem do papel de legitimar uma farsa que, sem advertência , é danosa a ambos, profissional e paciente.
Felizmente, essa perspectiva começa a ser questionada e ressignificada, ainda que lentamente.

LUCIENE disse...

O filme é realmente contagiante, como a atenção com outro pode trazer tantos beneficios.
Quanto ao modelo de curriculo é claramente cartesiano-newtoniano, onde os alunos devenseguir um modelo ultrapassado de aprendizagem onde não é possivel mudanças.
Porém esse modelo não é distante de nossa realidade pois ainda estamos seguindo um modelo bem parecido.
Mas sei que isso é questão de tempo e logo as mudanças chegaram.

LUCIENE disse...

A última aula foi muito legal apesar de não ter lido todo o texto, pude entender um pouco sobre os diferentes paradigmas que são molas mestres para cada época em que vive o homem.
Quanto ao novo paradigma emergente ele busca uma nova forma de agir do homem, que ele possa refletir sobre seus atos para que assim mudem a forma de agir do outro.Esse novo paradigma valoriza não só a razão, mas o sentimento, a intuição e a sensação do homem.

Anônimo disse...

Síntese do filme: O amor é contagioso.
A noção que possuímos a respeito do que seria algo "contagioso" nos remete de imediato a doenças e, em seguida, a imagem de médicos, jalecos brancos, hospitais, remédios, internações e tudo que esteja diretamente relacionado a área de saúde. Não é fácil atribuir um símbolo tão intimamente ligado a noção de enfermidades a um outro conceito, aparentemente tão díspar e distante quanto o amor. O título do filme em português nos remete de imediato a uma reflexão (o que, creio, não foi proposital por parte dos responsáveis), pois nos faz pensar se é possível espalhar "bactérias" ou "vírus" do amor entre as pessoas, infectando-as de boas intenções e proporcionando, dessa forma, melhores ações por parte de todas elas.
Seria, sem qualquer sombra de dúvidas, muito mais interessante do que espalhar através de armas químicas o medo e a morte a inocentes como temos visto em algumas regiões desse planeta.
O filme nos mostra um estudante de medicina, que como milhares de outros acaba de entrar na universidade, e procura em seus professores a resposta para suas várias dúvidas a respeito da formação profissional, seu nome é Patch Adams (vivido por Robin Williams que tem, mais uma vez, a capacidade de nos fazer rir e chorar).
A observação dos mestres em ação, de suas atitudes, e principalmente da forma como eles se relacionam com seus pacientes desperta em Patch a consciência de que aos tratamentos médicos falta um quesito fundamental, a humanidade, entendida como respeito, apreço, consideração, estima e calor humano da parte dos médicos em relação a seus pacientes (e, mesmo, em termos da forma como interagem com as enfermeiras).
Patch percebe que o distanciamento dos doutores no tratamento de seus pacientes pode estar provocando repercussões não percebidas a "olho nu" que revertem negativamente na recuperação dos doentes. De que adiantam todos aqueles equipamentos modernos e caros, remédios de última geração, ambientes sofisticados e limpos como os dos hospitais norte-americanos (é fundamental, convenhamos, que os setores da saúde disponham desses recursos todos, coisa que em nossa pátria amada Brasil não acontece) se não há por parte dos responsáveis pelo tratamento uma aproximação em relação a seus pacientes? O distanciamento e o pouco caso dos profissionais da área podem causar malefícios a saúde de seus pacientes é o que, em última análise, conclui o jovem estudante.
Chegar a essa idéia não foi difícil, complicado pode ser reverter esse quadro.

Como fazer com que o pedestal que separa médicos e pessoas em tratamento seja destruídos? De que formas podem tornar mais humanos nossos especialistas em saúde para que eles consigam com atitudes e presença ajudar a reverter por completo o drama de muitos de seus pacientes? Me lembro bem de um relato de uma enfermeira a respeito da forma cruel como foram tratados os primeiros pacientes internados em virtude do vírus HIV (aids), distanciados dos médicos e de seus auxiliares, separados por portas e vidros de seus parentes, agonizavam até a morte sem ao menos um carinho, uma presença, uma palavra de conforto.
O brilhantismo de Patch permitiu a ele criar um movimento que, depois, acabou por se espalhar por todo o território norte-americano e, posteriormente, para várias regiões desse vasto mundo em que vivemos (inclusive o Brasil), chamado "doutores da alegria", que consiste na visita aos enfermos por parte de médicos treinados para fazer rir, para tirar de dentro dos doentes uma força adicional, para buscar em cada um deles uma energia extra que permita-lhes ficar um pouco mais fortes e combater com mais ênfase suas doenças.
Os "anticorpos" propostos pelo personagem de Williams, contidos nessa atitude benevolente, de paciência, de relacionamentos calorosos e de bom astral e humor, não foram bem aceitos logo de princípio, muitos médicos relutaram (há resistências até hoje) como transparece no filme, em abandonar suas auras de cidadãos especiais, dotados de super-poderes e, por isso mesmo, passível de uma conduta que muitas vezes chegava mesmo a causar constrangimento a seus pacientes (é óbvio que, como em qualquer profissão, há médicos que não se utilizam de suas prerrogativas para se sentir acima dos demais mortais, assim como é patente que o conhecimento que possuem, por lhes permitir salvar vidas, lhes confere esse status ao qual nos referimos). Abaixo a prepotência, viva a humildade e o respeito.
Transferindo a situação das alas hospitalares para os corredores das escolas em que trabalhamos, surgem dúvidas como:- Quantas vezes essa idéia de superioridade não nos afasta, professores, de nossos alunos? Quantos casos detectados de alunos-problemas que, em nossos dizeres, não tem mais solução, poderiam ser solucionados se abandonássemos essa atitude de prepotência em nossas aulas e no relacionamento com os estudantes? Será que nós, profissionais da educação, também não cometemos os mesmos pecados percebidos no filme "Patch Adams" entre os médicos?

O filme nos provoca e estimula no sentido de fazer com que nos mobilizemos em favor de uma atitude mais respeitosa em relação aos outros, desperta a solidariedade numa época em que se fala tanto em ajudar as pessoas que precisam, incentiva os jovens (não só eles, nós também) a partir de um exemplo vitorioso e real (o filme baseia-se em fatos verídicos, o que aumenta sua credibilidade junto ao público) a participar de ações voluntárias e, nos mostra que precisamos dos outros, que não podemos nos isolar que devemos estender a mão na direção dos demais seres humanos, pois também contamos com seu auxílio. Um grande exemplo!

Ana Rita