sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Por onde vamos começar?????

Discutir avaliação da aprendizagem na contemporaneidade é uma tarefa que exige primeiramente que todos os envolvidos façam uma retrospectiva sobre os conceitos construídos ao longo da formação, a respeito de educação, escola, aprendizagem, aluno, conteúdo, professor e tantos outros. Trata-se de rever idéias e pensamentos que postulam a nossa caminhada em sala de aula. Esta tarefa suscita de cada um de nós um mergulho dentro de nós mesmos, a fim de conhecermos o por quê de nossas ações e posicionamentos em sala de aula e compreendermos se estamos educando hoje ancorados nos princípios e objetivos estabelecidos no período de nossa formação.
Considerando ser a avaliação um aspecto educacional que emerge dentro de um contexto mais abrangente, torna- se relevante que primeiramente pensemos no modelo de educação que temos e em que parâmetro ou concepção científica este modelo se enquadra.
A partir daí iremos " debulhar o trigo " para depois nos "fartarmos de pão"!
Esta é a proposta inicial da nossa disciplina.


Para as aulas dos dias 03/09 e 04/09 deixo duas citações que deverão ser comentadas por cada discente no blog relacionando-as com as considerações do texto : Por onde vamos começar????

Assista também aos vídeos: http://br.youtube.com/watch?v=yUnJU14TFZk; http://br.youtube.com/watch?v=_0-SPLzEmzw e relacione-os com as citações abaixo



* " É necessário superar a educação conformista, como denuncia Gramsci, nos Escritos Políticos: superar a fastidiosa experiência de escolas que oferecem um ambiente frio, opaco a qualquer luz, que resistem a qualquer esforço de unificação ideal, com jovens reunidos em salas, não com o desejo de melhorar e compreender, mas com a finalidade de apenas fazer carreira, conquistar um diploma, enganar hoje a si próprios e a outros amanhã".(RODRIGUES, 1992)
* " O sujeito cartesiano construiu um mundo estável de susbtâncias eternas e relações matemáticas expressas em leis universais. Um mundo de linhas causais independentes, e absolutamente previsíveis em seu curso. Um mundo onde o sujeito estava dividido em compartimentos estanques:corpo e alma, conhecimento, emoção, ação. Um universo onde o homem estava só em um mundo estranho, surdo ao seu ruído, como à sua música. Esse sujeito moderno pensava-se capaz de refletir a natureza que via de fora. O universo era um grande mecanismo e a racionalidade humana era maquinal.Esta perspectiva teve um grande êxito ao conseguir produzir contextos estandardizados, padrões socialmente compartilhados da valorização e da produção, sociedades altamente disciplinadas por um rígido sistema de mecanização do trabalho e pelo estabelcimentos de sistemas de educação generalizados que garantiram a transmissão destas concepções. A Vida seguiu o ritmo do relógio, que indicava quando deveriam ser feitas as coisas. Os ritmos da natureza foram arrancados radicalmente do âmbito do legítimo. A fome deveria seguir a agulha das horas ou o apito das fábricas. Não obstante, o estômago não seguiu sempre com docilidade o ditames das leis modernas nem dos encarregados de fazê-las cumprir. Primeiro com lentidão e cada vez mais aceleradamente, as coisas saíram da formação e os homens começaram a resistir às normas dando lugar a uma mudança de visão, de sensibilidade, de atitude e, portanto, a uma transformação do mundo. Nesta agonia da modernidade, estão caindo as certezas e as estabilidades."
(NAJMONOVICH, 1995)

5 comentários:

Unknown disse...

...começar estimulando o prazer da leitura, algo que deve ser trabalhado desde o incico de nossa formação, para que hoje pudessémos apenas não saber mas sentir o poder da educação.
Começar...tornando algo tão (atualmente) trabalhoso, cansativo, obrigativo em uma atividade leve e saudável...
"então começar mudando tudo", mas como isso é complicado... então começar lendo!

Anônimo disse...

Aluna: Michelli Gonçalves

Na educação atual que temos é difícil implantar um novo modelo de educação. É necessario que os alunos se sintam responsáveis pelas suas atitudes. "Precisamos de uma escola de cara nova, uma escola que sendo séria, não seja chata; sendo rigorosa, não seja enfadonha, que seja o lugar de autoridade, mas não do autoritarismo; que viva a liberdade, sem ser licenciosa; que seja exigente, mas que provoque alegria"(FREIRE, 1989). Esse é o modelo de educação que precisamos ter em nossas escolas, um lugar que dê oportunidade aos excluídos, que deixe os preconceitos, seja ele qual for. É de grande urgência a recuperação do modelo educacional em nosso país, é preciso pensar em desenvolver um modelo de qualidade que elimine a velha dualidade da educação, precisamos de uma escola que alcance ricos e pobres, negros e brancos...A começar por mim!!!

Chelli disse...

BOM DIA!!!

Anderson Lopes disse...

com jovens reunidos em salas, não com o desejo de melhorar e compreender, mas com a finalidade de apenas fazer carreira, conquistar um diploma, enganar hoje a si próprios e a outros amanhã". Supremo estes escritos de Gramsci citado por RODRIGUES. O que evidencia caramente a consepção de avaliação como maneira de poder através da nota. onde os educandos estão enfadados desta educação conteudista onde o pensar e o fazer, não andam funtos e sim o copiar e reproduzir (em alguns casos até com as virgulas) caso contrário os professores não aceitam.

Anderson Lopes disse...

"Esta perspectiva teve um grande êxito ao conseguir produzir contextos estandardizados, padrões socialmente compartilhados da valorização e da produção, sociedades altamente disciplinadas por um rígido sistema de mecanização do trabalho e pelo estabelcimentos de sistemas de educação generalizados que garantiram a transmissão destas concepções[...]as coisas saíram da formação e os homens começaram a resistir às normas dando lugar a uma mudança de visão, de sensibilidade, de atitude e, portanto, a uma transformação do mundo. Nesta agonia da modernidade, estão caindo as certezas e as estabilidades."(NAJMONOVICH, 1995"

Espetacular quando percebe se que este modelo teve o seu lugar e que ápesar de ter exito, já está ultrapassado, e o homem moderno ( pos moderno?) está agora questionando estes modelos e aos poucos verificando e testandop novas formas de viver, novas consepções de vida e de fazer(a Aprendizagem seguindo o seu rumo natural 'o da curiosidade' o do aprender por que quer melhorar ou por descobrir alguns processos, onde o saber é devorado com apetite, tornando se mais prazerosa a aprendizagem, consequentemente os homens mais livres para pensar e refletir sobre suas vidas.