Discutir avaliação da aprendizagem na contemporaneidade é uma tarefa que exige prime
iramente que todos os envolvidos façam uma retrospectiva sobre os conceitos construídos ao longo da formação, a respeito de educação, escola, aprendizagem, aluno, conteúdo, professor e tantos outros. Trata-se de rever idéias e pensamentos que postulam a nossa caminhada em sala de aula. Esta tarefa suscita de cada um de nós um mergulho dentro de nós mesmos, a fim de conhecermos o por quê de nossas ações e posicionamentos em sala de aula e compreendermos se estamos educando hoje ancorados nos princípios e objetivos estabelecidos no período de nossa formação.
Considerando ser a avaliação um aspecto educacional que emerge dentro de um contexto mais abrangente, torna- se relevante que primeiramente pensemos no modelo de educação que temos e em que parâmetro ou concepção científica este modelo se enquadra.
A partir daí iremos " debulhar o trigo " para depois nos "fartarmos de pão"!
Esta é a proposta inicial da nossa disciplina.
Para as aulas dos dias 03/09 e 04/09 deixo duas citações que deverão ser comentadas por cada discente no blog relacionando-as com as considerações do texto : Por onde vamos começar????
Assista também aos vídeos: http://br.youtube.com/watch?v=yUnJU14TFZk; http://br.youtube.com/watch?v=_0-SPLzEmzw e relacione-os com as citações abaixo
* " É necessário superar a educação conformista, como denuncia Gramsci, nos Escritos Políticos: superar a fastidiosa experiência de escolas que oferecem um ambiente frio, opaco a qualquer luz, que resistem a qualquer esforço de unificação ideal, com jovens reunidos em salas, não com o desejo de melhorar e compreender, mas com a finalidade de apenas fazer carreira, conquistar um diploma, enganar hoje a si próprios e a outros amanhã".(RODRIGUES, 1992)
* " O sujeito cartesiano construiu um mundo estável de susbtâncias eternas e relações matemáticas expressas em leis universais. Um mundo de linhas causais independentes, e absolutamente previsíveis em seu curso. Um mundo onde o sujeito estava dividido em compartimentos estanques:corpo e alma, conhecimento, emoção, ação. Um universo onde o homem estava só em um mundo estranho, surdo ao seu ruído, como à sua música. Esse sujeito moderno pensava-se capaz de refletir a natureza que via de fora. O universo era um grande mecanismo e a racionalidade humana era maquinal.Esta perspectiva teve um grande êxito ao conseguir produzir contextos estandardizados, padrões socialmente compartilhados da valorização e da produção, sociedades altamente disciplinadas por um rígido sistema de mecanização do trabalho e pelo estabelcimentos de sistemas de educação generalizados que garantiram a transmissão destas concepções. A Vida seguiu o ritmo do relógio, que indicava quando deveriam ser feitas as coisas. Os ritmos da natureza foram arrancados radicalmente do âmbito do legítimo. A fome deveria seguir a agulha das horas ou o apito das fábricas. Não obstante, o estômago não seguiu sempre com docilidade o ditames das leis modernas nem dos encarregados de fazê-las cumprir. Primeiro com lentidão e cada vez mais aceleradamente, as coisas saíram da formação e os homens começaram a resistir às normas dando lugar a uma mudança de visão, de sensibilidade, de atitude e, portanto, a uma transformação do mundo. Nesta agonia da modernidade, estão caindo as certezas e as estabilidades."
(NAJMONOVICH, 1995)